Abaixo o governo de Boluarte no Peru. Por um governo operário e camponês

Domingo, 18 Dezembro 2022 17:02

 

A situação no Peru continua convulsionada, onde, por conta da repressão, já são mais de 20 mortos nas mãos das forças repressivas que tentam derrotar os levantes em diferentes partes do interior do país. Os manifestantes pedem a antecipação das eleições e alguns setores pela libertação de Castillo.

O atual governo enviou um projeto de lei para convocar eleições antecipadas até o final de 2023, data muito distante devido ao nível da crise no país. O Congresso rejeitou o projeto de lei, pois planeja manter seus mandatos até 2026.

Diante desse cenário, com a aceleração da crise e a deterioração de sua relação com as massas, a presidente decretou toque de recolher nas áreas mais convulsionadas e fez um discurso aos legisladores, para que votem a antecipação das eleições.

Importantes setores operários e camponeses do interior do Peru intervieram na crise aberta, bloqueando estradas, destruindo delegacias, organizando comitês de defesa do território, ocupando fábricas e outras medidas, demonstrando que não aceitarão passivamente o avanço das frações burguesas e pequenos burguesas aliadas do imperialismo sobre suas condições de vida.

A burguesia peruana cometeu um erro muito grande ao eliminar uma contenção, como  o era Castillo, pensando que não aconteceria nada. As consequências são óbvias. Grande parte dos setores que estão em luta questionam os pilares da democracia pequeno-burguesa do semi-Estado peruano, o que conforma à situação em desenvolvimento características insurrecionais.

A burocracia sindical foi obrigada a convocar uma greve diante da radicalização reinante. Os governos da região passaram a dar um apoio morno ao ex-presidente, modificando a posição que tinham, de não apoiar Castillo, quando começou o conflito. Os governos do México, Argentina, Bolívia, Colômbia, para citar alguns, decidiram a favor de Castillo. Os do Brasil, de Lula, e do Chile, de Boric, mantiveram a posição de que Castillo não respeitou as instituições.

A situação no Peru suscita a necessidade de que, no calor dos confrontos e do desenvolvimento do processo, se abra um grande debate nos setores de luta, que devemos derrubar Boluarte e preparar as condições para estabelecer um governo operário e camponês, que permitirá comprimir e acelerar a combinação entre as tarefas democráticas da revolução agrária, a independência nacional e a luta socialista para derrotar o semi-Estado burguês e o imperialismo.

Por um Congresso de delegados de base operário e camponês, com delegados mandatários das unidades produtivas, como as grandes mineradoras, e delegados por região, no qual se vote um plano de luta, se organize a autodefesa e uma greve geral para derrubar o governo de plantão e todos os seus aliados.

É necessário que a vanguarda operária e juvenil intervenha ativamente neste processo semi-insurrecional para fortalecer a organização da classe trabalhadora nas minas, fábricas, portos e hospitais, assumindo seu controle, impondo a centralidade do proletariado como protagonista da toda a nação explorada e oprimida.

Também devemos combater as políticas da burocracia sindical que buscará desviar a luta para as causas da decomposta democracia burguesa semicolonial. A promoção de reformas do aparato estatal em crise, como as das assembleias ou convenções constituintes, apenas atrasará ou desviará a perspectiva necessária da luta da classe trabalhadora pelo poder, como evidenciado no processo aberto no Chile pela semi-insurreição de outubro de 19.

Para isso precisamos criar um partido revolucionário que assuma a direção da vanguarda operária e as tarefas históricas que se colocam, como seção nacional para a reconstrução da Quarta Internacional.

A classe operária latino-americana e continental deve começar a discutir ações de solidariedade ativa com os trabalhadores e o povo peruano.

Convocamos os grupos trotskistas da região, que ainda reivindicam a ditadura do proletariado, para uma Conferência Latino-Americana para discutir as tarefas para a América Latina e ajudar um desenvolvimento revolucionário no Peru.

 

 COR Chile - LOI Brasil - COR Argentina

 

 

 

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