BALANÇO DO 33º CONGRESSO DO SINPEEM
Friday, 22 November 2024 15:37No dia 01/11 encerrou-se o 33º Congresso do SINPEEM. Aproximadamente 4 mil delegados, representantes escolhidos em suas escolas, passaram 4 dias em um evento de caráter festivo, com propósito “distracionista”, relegando seu verdadeiro objetivo - o debate político e a organização dos trabalhadores - a um mero e incômodo detalhe diante de uma infinidade de atividades culturais, shows, barracas de compras e salas de massagem.
O cenário político que se configurou no evento foi aquele por nós previsto após o fim do processo eleitoral para a direção do sindicato, no meio do ano passado. Uma rápida adaptação dos grupos da denominada “Oposição Unificada” que conquistaram cargos na direção, à direção dita “majoritária”.
A burocracia do sindicato, após o fiasco de suas pretensões nas eleições municipais, teve a cooperação de diversos grupos de “oposição” que compõem a direção, para tratorar a discussão política e a necessária organização dos trabalhadores da educação para lutar contra os ataques que avançam sobre a classe.
À revelia das emendas inscritas ao texto referência, com os pouquíssimos caracteres permitidos, já no primeiro dia do evento todos os grupos da “Oposição Unificada” se reuniram a portas fechadas com a burocracia para apresentar um Plano de Lutas pronto, já acordado entre eles e sem discussão nenhuma com a base presente na plenária. Tentaram, em acordo com a direção burocrática, reduzir o tempo de fala da apresentação das correntes, um dos poucos momentos em que pode-se defender programa e teses sem precisar ter o texto da burocracia como “referência”.
Nas defesas das emendas, correntes como Conspiração Socialista e Democracia e Luta no SINPEEM, cumpriram o papel próprio da burocracia, defendendo o SP Integral, e atacando com mentiras as propostas de discussão sobre a imediata efetivação das trabalhadoras terceirizadas das escolas, como ao vociferar a falácia de que seríamos contra o concurso público.
Outras correntes mal se posicionaram, outrora auto-proclamadas “combativas” e/ou revolucionárias como Reviravolta na Educação, Vozes da Base e mesmo a Corrente Proletária, que não compõe a direção mas atuou o tempo todo pela construção do bloco da Oposição Unificada, intervieram timidamente e de fato se silenciaram perante as mentiras, distorções e ataques desmedidos de uma burocracia e de uma suposta Oposição Unificada reformista, perdidas politicamente e desesperadas por terem sido varridas nas eleições municipais. Tentam se posicionar à esquerda no bloco dirigente, mas rapidamente são incorporadas à política da direção burocrática; formam agora, a exemplo da APEOESP, uma DIREÇÃO UNIFICADA.
É necessário também abrir um balanço sobre a atuação da corrente Nossa Classe, que diante dessa tendência já apontada por nós no último ano - de que esses grupos seriam absorvidos pela direção majoritária - ainda assim tentaram se manter próximos à Oposição Unificada até o último momento, tendo rachado pouco depois da convenção pré-eleitoral. Porém, na eleição, não se posicionou e neste Congresso, também sofreu com o silenciamento e burocratização da agora DIREÇÃO UNIFICADA. Contudo, novamente, absteve-se de denunciar a atuação dessas correntes.
Diante desse cenário, que já era apontado há mais de um ano, a UICC - Unidade Independente, Classista e Combativa - apresentou a política correta de combate à burocratização do Congresso e da Oposição Unificada, se apresentando como Oposição de fato, utilizando todos os meios disponíveis para denunciar as traições, apresentar as políticas corretas, com independência de classe e sem medo das reações adversas, virulentas e embusteiras da burocracia e sua base, assim como de parte importante da Oposição Unificada, que fatalmente se seguiram.
Nossa proposição de atividades paralelas ao distracionismo corriqueiro, com debates políticos e organizacionais sobre sindicatos, privatizações, terceirizações, SP Integral e a proposta de escolas cívico-militares (que avança no estado e na prefeitura), foi de encontro aos ataques imediatos que sofremos por parte dos governos de turno e à necessidade dos sindicatos serem recuperados como importante instrumento para a organização da luta da classe trabalhadora, contra os ataques de QUALQUER GOVERNO e/ou patrão.
Houve uma positiva recepção por uma parte da base que enxerga que reformistas e centristas já não podem responder às necessidades imediatas de organização da classe, e que esse caminho passa pela construção de uma oposição revolucionária dentro do sindicato, que preze pela independência de classe, e avance no debate político com seriedade, sem temer.
Essa é a tarefa que se impõe após o 33º Congresso do SINPEEM e que as correntes que compõem a UICC - Oposição de Luta, Corrente Sindical Marxista Guilhermo Llora, FOB, OSL e os trabalhadores Independentes - assumem: o avanço na construção e consolidação dessa frente de oposição revolucionária, que denuncie e passe por cima do imobilismo dessa DIREÇÃO UNIFICADA, cada vez mais adaptada e incorporada às instâncias do estado burguês, para levar adiante, com os nossos métodos, a luta contra a privatização, a terceirização o arrocho salarial e a deterioração das nossas condições de trabalho.