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Organizar uma resposta operária ao conflito OTAN-Rússia
24 de fevereiro de 2022
O governo Putin realizou uma ação militar denominada “operação militar especial" na Ucrânia, reivindicando uma defesa na região pró-russa de Donbass. A Rússia bombardeou alvos militares e estratégicos na Ucrânia e está ameaçando com uma invasão de suas tropas de diferentes flancos a uma Ucrânia sitiada.
Putin justifica o ataque dizendo que busca garantir a independência das autodenominadas "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk, que nos últimos 8 anos foram atacadas pelo exército ucraniano. Desta forma, ele tenta desestabilizar o governo ucraniano, que é aliado da OTAN.
A resposta do imperialismo norteamericano e da UE são maiores sanções econômicas para que Putin desista de seu avanço belicista. Por outro lado, a China tenta encontrar um equilíbrio nessa situação caótica.
Diante desse cenário, nós revolucionários, devemos intervir propondo uma solução operária para a crise que se abriu, para intervir de forma independente em uma situação mundial marcada pela crise econômica e acelerada pela pandemia. Devemos agitar, frente ao conjunto dos trabalhadores, que esta não é nossa guerra, que é totalmente alheia aos interesses históricos do proletariado. Os interesses perseguidos pela OTAN e o imperialismo são de assimilar os ex-Estados operários como semicolônias. Do lado do governo Putin, se busca apoiar uma burocracia restauracionista ao serviço de uma protoburguesia que não está disposta, em sua transição para o capitalismo, a ser uma simples semicolônia.
As “severas sanções econômicas" propostas pelo imperialismo serão pagas à custa de uma maior exploração de nossa classe, não apenas em seus próprios países, mas também através da exploração das semicolônias. É por isso que devemos unir os trabalhadores contra os governos de turno e impedir, com métodos operários, que a máquina militar seja acionada para defender os interesses imperialistas. Na região em conflito, devemos buscar a unidade entre o proletariado ucraniano e russo para deter a restauração capitalista em curso, expropriar a protoburguesia e retomar as tarefas revolucionárias que ficaram inacabadas. Para isso, devemos partir da recuperação das lições mais avançadas do processo revolucionário de outubro, como a formação de federações, forma estatal da ditadura do proletariado; lições que, não por acaso, tanto o imperialismo, quanto Putin e os restauracionistas russos abominam e querem apagar da história.
Este conflito ocorre em meio a uma decomposição do imperialismo e um processo de assimilação dos ex-Estados operários. O imperialismo norteamericano tenta reconquistar a hegemonia mundial, expondo, por sua vez, sua debilidade histórica, enquanto as burocracias a mando dos ex-Estados operários da Rússia e da China tentam manter o lugar que conquistaram dentro do sistema capitalista em crise.
Àqueles, como nós, que reivindicam o marxismo revolucionário, chamamos urgentemente as correntes que ainda levantam a ditadura do proletariado para uma Conferência Internacional para discutir um programa e ações internacionalistas em comum.