Vamos receber o G20 com uma grande luta anti-imperialista
Quinta, 16 Mai 2019 23:31Entre 30 de novembro e 1º de dezembro, a cidade de Buenos Aires sediará a Cúpula dos Presidentes do G20. O G20 foi concebido como um fórum a partir do qual os países imperialistas (EUA, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália) e os dirigentes dos ex-estados operários (China e Rússia) poderiam negociar políticas econômicas diante da crise das instituições do pós-guerra. Após a eclosão da crise mundial em 2008, tornou-se mais relevante, incorporando os chefes de Estado dos 19 países mais a União Europeia (UE), para tentar coordenar as políticas de resgate do capitalismo em putrefação, como foi o caso das políticas de emissão monetária massiva e baixas taxas de juros lançadas pelos bancos centrais do Japão, UE e o FED dos EUA, juntamente com um ataque abrangente contra a classe trabalhadora e suas organizações em nível mundial.
Desde a chegada de Trump ao comando do imperialismo ianque, a política de coordenação econômica das potências imperialistas tornou-se um questionamento, aprofundando a guerra comercial e a política agressiva em relação aos países semicoloniais, como os países da América Latina. Portanto, espera-se que Trump e seus parceiros dos demais países imperialistas usem o fórum como tribuna para suas disputas, enquanto os EUA disciplinam aos países do seu quintal (México, Brasil e Argentina), com a contribuição do FMI. E aprofundam a agenda de reformas contra o proletariado, incluindo reformas trabalhistas, previdenciárias, educacionais e no campo da saúde em todo o planeta.
Na Argentina, a Cúpula de Buenos Aires será um ensaio do governo e do imperialismo para impor o ajuste da fome com repressão e mão forte, trazendo um virtual estado de sítio para a cidade. Faz parte da escalada repressiva, que inclui a militarização da fronteira norte e o envio das forças nacionais (gendarmería) para os bairros das grandes cidades. Uma política que também se aplica no Brasil, com o comando militar de segurança do Rio de Janeiro e a militarização das favelas.
As burocracias sindicais em nossa região estão deixando passar a ofensiva imperialista, colocando-se no papel de contenção como a CGT, ou mergulhadas em uma profunda crise por conta de sua histórica linha de conciliação de classes, como a CUT do Brasil, a CUT do Chile e os CTAs da Argentina.
Os líderes do G20 merecem que a classe trabalhadora latino-americana os receba lutando com os métodos operários contra suas tentativas de descarregar sua crise nas nossas costas. A classe trabalhadora deve encabeçar uma grande luta anti-imperialista, em seu enfrentamento revolucionário contra o capitalismo. Precisamos paralisar as empresas imperialistas, atingindo a produção e preparando a autodefesa para enfrentar Trump e os governos regionais que sustentam sua política. Impulsionemos assembléias nos locais de trabalho e vamos impor à burocracia congressos de delegados eleitos para que os trabalhadores tomemos em nossas mãos a tarefa de propor uma saída para a crise, acaudilhando os demais setores do povo explorado. O movimento estudantil dos diferentes países tem se proposto a dar apoio às ações operárias com suas energias, atuando como um batalhão auxiliar, a partir de assembleias nos locais de estudo e ações nas ruas.
Para expulsar definitivamente o imperialismo da América Latina, é necessário lutar pelo controle operário por ramo, superando as fronteiras nacionais, e pela expropriação do capital imperialista, desenvolvendo assim a luta pelo poder, ou seja, pela ditadura do proletariado e sua extensão internacional em uma Federação de Repúblicas Socialistas da América Latina. É fundamental conquistar a solidariedade do proletariado dos países imperialistas nesta perspectiva, principalmente do proletariado norte americano.
Para isso, impõe-se a necessidade de uma direção internacional, de um partido mundial baseado no programa de transição e na teoria da revolução permanente. Propomos às correntes que reivindicam a necessidade de reconstruir a IV Internacional e a luta pela ditadura do proletariado que impulsionemos as medidas necessárias para colocar em pé e unificar a vanguarda operária internacionais através de um programa revolucionário. Para isso, chamamos a uma Conferência Latino-Americana para começar, inicialmente em nossa região, a ajudar a vanguarda no árduo processo de forjar a direção revolucionária.
24/11/2018