Há um ano da Guerra Rússia-Ucrânia
Terça, 28 Fevereiro 2023 09:24Em 24 de fevereiro de 2022, Putin, no que chamou “Operação especial”, invadia a Ucrânia para impedir o avanço da OTAN na zona e a possível incorporação deste país como membro de tal instituição.
Há um ano dessa invasão, a operação especial fracassou e a guerra segue se desenvolvendo. A Ucrânia, com o apoio da OTAN, segue resistindo ao ataque russo e conseguiu atolar a frente militar da Rússia, inclusive fazendo que retroceda em algumas zonas conquistadas ao longo do conflito.
A guerra se desenvolve em meio a uma crise mundial, com o recuo da pandemia, o que agudizou e acelerou esta situação, levando a economia mundial a um processo de recessão, com inflação e tendências a depressão. A extensão da guerra sem saída aparente, pelo menos no curto prazo, gera grandes desequilíbrios políticos nos regimes com intervenção em alguns lugares de processos de massas; alguns mais diretamente vinculados à guerra, como as mobilizações que levaram à queda do governo na Moldávia, e outros estimulados pelas consequências da mesma, como as greves por salário na Grã-Bretanha, França e outros países europeus.
Nesse cenário, se mesclam uma linha diplomática de saída do conflito com uma política mais belicista de preparação frente a uma escalada militar mais ampliada. A Rússia rompe pactos em acordos nucleares e simula uma ofensiva no campo militar na Ucrânia. Os EUA anunciam maior apoio militar e econômico para a Ucrânia e com isso disciplina a UE e os países que são parte da OTAN. A China tenta mediar frente estas linhas, buscando manter sua aliança com a Rússia, mas buscando outro interlocutor interno na Rússia que não seja Putin. A China busca uma negociação para um hipotético processo de paz, defendendo plebiscitos pela autonomia na zona do Donbass, e que a Criméia continue nas mãos da Rússia, mas que se retire militarmente no resto da Ucrânia.
A OTAN utiliza este conflito bélico para acelerar o processo de assimilação dos ex-Estados Operários, tratando de lhes impor condições de caráter semicoloniais. Por isso, no território ucraniano estão se definindo processos históricos inconclusos, na necessidade de sobrevivência do sistema capitalista.
A assimilação dos ex-Estados Operários se coloca na arena mundial e não nas particularidades de cada país. É um grave erro caracterizar esta guerra como um problema de autodeterminação nacional ou a defesa da soberania de alguns dos lados em disputa, deixando de lado o problema fundamental das relações sociais de produção e as contradições ainda não resolvidas no processo de restauração capitalista dos ex-Estados Operários. Por isso, sustentamos a unidade revolucionária do proletariado ucraniano e russo contra seus governos atuais, contra esta guerra que não defende nenhum de nossos interesses como classe. Para que se desenvolva o internacionalismo é de primeira ordem a reconstrução da IV Internacional.
Chamamos as correntes trotskistas que ainda reivindicam a ditadura do proletariado para uma Conferência Internacional. Pela unidade internacionalista dos trabalhadores contra o imperialismo e a OTAN. Pela expulsão das tropas russas da Ucrânia! Por uma federação de repúblicas socialistas da Europa e Ásia.