OTAN a um passo de intervir diretamente na Ucrânia
Quinta, 23 Mai 2024 20:31
A contra-ofensiva que fracassou na Ucrânia e o avanço da Rússia no território estão complicando os objetivos da OTAN, não conseguindo manter suas posições pelo exército ucraniano, dificultando uma solução negociada com Putin. Isto sugere que o imperialismo considera diferentes hipóteses para o desenvolvimento do conflito. A OTAN está discutindo uma intervenção mais aberta, não apenas enviando armas, mas também exércitos regulares para o território para reforçar e escorar uma possível dissolução do exército ucraniano, que é incapaz de repor as suas perdas. É claro que o prolongamento da guerra mergulhou o governo Zelensky numa importante crise política.
Por seu lado, a Rússia está reforçando as suas alianças, principalmente com a China, e, embora por enquanto respeite as “linhas vermelhas” no território, está a sitiar Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Alguns analistas sustentam que este cerco é uma medida tática para dividir ainda mais as forças ucranianas.
Tendências bélicas crescentes
A guerra na Rússia e Ucrânia está adentrando em um território de guerra mais aberta entre a OTAN e a Rússia, o que daria um salto de qualidade com implicações bélicas de caráter mundial. Portanto, é muito importante para o imperialismo norte-americano propiciar uma solução diplomática para o enfrentamento na Palestina, uma vez que este genocídio está gerando grande repúdio em todo o mundo, especialmente entre os jovens. Este questionamento impede que o imperialismo consolide uma base social que lhe permita uma intervenção mais direta no processo de assimilação dos ex-Estados operários, como a Rússia.
Neste cenário, nós, trabalhadores, devemos intervir de forma independente. As guerras colocadas pelo imperialismo, pelos seus agentes e pela burocracia dos ex-Estados operários não são as nossas guerras e devemos parar esta política bélica com os métodos da classe trabalhadora. Temos de nos organizar para derrotar os seus governos nesses países, expulsá-los das semicolônias através de uma luta anti-imperialista e derrotar as burocracias restauracionistas, que são agentes do imperialismo nos ex-Estados operários em processo de assimilação. Estas são as tarefas que surgem da situação internacional e são tarefas históricas que não possuem analogias, uma vez que estamos diante de uma guerra entre dois ex-Estados operários, como a Rússia e a Ucrânia, e um processo de assimilação na China. Os restauradores do capitalismo ainda não foram capazes de se conformar como classe e não sabem que tipo de Estado resultará se esta transição para o capitalismo for bem sucedida.
Atravessamos uma fase marcada pela decomposição do imperialismo, de suas formas de dominação, como os Estados burgueses, e por uma crise histórica na relação entre capital e trabalho. Nunca na história estes elementos estiveram na arena da luta de classes. O que é uma constante em cada um destes fenômenos é a preeminência do sistema capitalista e das suas leis. Este sistema e as suas leis foram questionados nos processos revolucionários, processos que deixaram lições importantes: o capitalismo pode ser superado e processos de transição para o socialismo podem ser desenvolvidos. A subsistência do capitalismo agonizante também apresenta a existência do proletariado como seu coveiro. O capitalismo é consciente desta ameaça e é por isso que, mesmo na sua crise profunda, não vai recuar sem luta e, no seu declínio, tentará também levar a nossa classe à barbárie.
Pela reconstrução da IV Internacional
Os processos de guerra mais generalizados aceleram o tempo para desenvolver o internacionalismo proletário, por isso, a tarefa de primeira ordem é reconstruir a IV Internacional e as suas seções nacionais. Esta direção deve fornecer as diretrizes ao proletariado norte-americano para interromper a indústria bélica do seu país e destruir a aliança imperialista com Israel, para se juntar às manifestações universitárias contra o genocídio na Palestina e dirigí-las, convocando a classe trabalhadora do Oriente Médio para enfrentar suas burguesias, que também dificultam a luta pela destruição do enclave sionista. Também para que o proletariado chinês se levante contra a burocracia do PC, detenha o envio de armas para a Rússia e convoque o proletariado russo e ucraniano para uma guerra revolucionária contra os seus governos restauracionistas, derrotando o processo de assimilação de forma revolucionária.
Reiteramos o nosso chamado às correntes revolucionárias que defendem o programa da ditadura do proletariado para organizar uma Conferência Internacional, cujo objetivo seja lançar as bases para a reconstrução da IV Internacional. Reconstruir a IV Internacional é dar uma direção à tarefa de estabelecer a ditadura do proletariado internacional; é fornecer aos trabalhadores do mundo uma ferramenta revolucionária e um programa antagônico ao capitalismo, que só nos oferece guerra e mais miséria.
COR Chile - LOI Brasil - COR Argentina