Al Assad é derrubado na Síria
Terça, 10 Dezembro 2024 20:46
Assistimos à derrubada de Al Assad na Síria, depois de 50 anos desse clã no poder e tendo afogado em sangue as insurreições espontâneas de 2011. Foi derrubado em um cenário mundial que combina a crise mundial aberta com a política belicista do imperialismo em sua decadência.
A tomada do poder pela milícia islâmica Hayat Tahrir al Sham (HTS), juntamente com o Exército Nacional Sírio, com o apoio da Turquia, deve ser analisada como um movimento no tabuleiro das guerras atuais, como uma derrota para a Rússia em suas áreas de influência, para buscar forçar uma negociação para a guerra com a Ucrânia, em condições desfavoráveis para isso.
O Estado sírio está em claro declínio, com grande parte de seu território convertido em mini-Estados territoriais controlados por diferentes grupos armados de diferentes facções religiosas, que respondem às diferentes potências imperialistas que influenciam a região.
A queda de Al Assad nos obriga a pensar sobre como será estabelecida uma nova relação de forças por parte dos Estados Unidos e da Rússia na área, considerando que os EUA têm batalhões militares que trabalham ao lado das milícias curdas do YPG e que a Rússia tem bases navais e aéreas na região. Este conflito, obviamente, faz parte de um conflito mais geral, aberto pelo genocídio do enclave de Israel contra o povo palestino e seu avanço em toda a região. Embora estejam atualmente em trégua com o Líbano, nada está resolvido, pelo contrário, a tendência é que o confronto se intensifique ainda mais.
As milícias que tomaram o poder na Síria são a direção decomposta de variantes dos nacionalismos árabes, que há muito tempo se venderam ao imperialismo e seu representante na região que é o enclave de Israel. Os sionistas estão avançando em novas áreas das Colinas de Golã não apenas para aproveitar a desordem da decomposição da Síria, mas como medida preventiva diante de um verdadeiro processo real de luta contra Al Assad no qual essas direções estão apoiadas. É por isso que a tarefa dos revolucionários é buscar unificar as lutas genuínas para enfrentar o assassino Al Assad com a resistência palestina em Gaza e derrotar o enclave israelense, o que significaria a derrota do imperialismo e seus aliados no Oriente Médio. Temos que unificar as forças do proletariado do Oriente Médio com os trabalhadores da Ucrânia e da Rússia para travar uma guerra revolucionária contra suas burocracias restauracionistas e derrotar a OTAN.
A luta por uma federação de repúblicas socialistas no Oriente Médio, como expressão da forma estatal da ditadura do proletariado, é a saída para destruir os Estados falidos, formados depois da pós-guerra.
COR Chile - LOI Brasil - COR Argentina