TRCI-web
NÃO HÁ SAÍDA PARA OS TRABALHADORES DENTRO DA DEMOCRACIA BURGUESA!
A atual crise do capitalismo, deflagrada em 2008 no seio do imperialismo, e da qual as burguesias imperialistas não conseguem encontrar saída, bem como seus desdobramentos econômicos, sociais e políticos, são os principais elementos de análise de conjuntura e de definição das tarefas programáticas aos trabalhadores, especialmente dos países semicoloniais.
O governo Trump, através de sua política externa, busca disciplinar os demais setores da burguesia sob a reafirmação da hegemonia norteamericana, através de guerras comerciais e acirramento de disputas políticas. A aplicação da política fiscal aumentou o endividamento interno eproduziu um crescimento débil. Na prática, a política econômica norte americanatem como base a tentativa de repatriação de capitais via exportação da crise para os países semicoloniais juntamente com o protecionismo econômico. O cenário mais amplo é de acirramento das disputas interburguesas e consequente ataque aos trabalhadores.
Sintoma do aprofundamento da crise econômica mundial são as crises políticas decorrentes das disputas abertas e que, tem colocado em xeque as instituições das democracias burguesas. Dificuldades de composição de governos, como na Alemanha, desintegração de acordos e blocos regionais como o Brexit, instituições questionadas e processos eleitorais com altos índices de abstenções, são exemplos encontrados no período mais recente. As crises sociais e humanitárias, como as crises migratóriase epidêmicas são, por sua vez, as consequências mais perversas da atual conjuntura.
Em sua fase de decomposição, o imperialismo busca estabelecer uma nova relação entre capital e trabalho, despejando sobre a classe trabalhadora os custos de uma crise econômica brutal.Nesse contexto estão a implementação de reformas previdenciárias, trabalhistas e políticas de austeridade que encontram maior ou menor resistência dos trabalhadores pelo mundo. Na Nicarágua, esse processo encontra-se mais radicalizado com mais de 300 mortos sob a repressão do governo sobre os trabalhadores na tentativa de aplicar a reforma previdenciária.
No Brasil, como nos demais países semicoloniais latino americanos, a crise se aprofunda em todos os seus desdobramentos. A economia segue estagnada e a política econômica norteamericana tem produzido efeitos ainda mais devastadores, com a desvalorização do real e aumento dos preços de alguns produtos essenciais, como derivados do petróleo, estabelecidos pelo dólar. A greve dos caminhoneiros, ao parar com grande parte da circulação de mercadorias no país, escancarou a política privatista da Petrobrás e, mais uma vez no período recente, demonstrou a necessidade da atuação independente dos trabalhadores organizados como única forma de resistência aos ataques.
As grandes demissões em curso reafirmaram que a reforma trabalhista, aprovada no ano passado com a conivência e traição das direções do movimento, serviu para que a burguesia mantivesse suas margens de lucro às custas de uma maior exploração de classe. O desemprego atinge 12,7% ou 13,2 milhões de trabalhadores. Contudo, ao considerar o índice de ocupação da força de trabalho (considerando os desempregados e aqueles que já desistiram de buscar emprego), o cenário é ainda mais aterrorizante. No trimestre encerrado em maio deste ano, 65,4 milhões de pessoas foram consideradas fora do mercado de trabalho, o maior número desde 2012.
Aumentam-se, diariamente as consequências sociais da crise. O Brasil volta a integrar o mapa mundial da fome, os índices de mortalidade infantil voltam a subir, doenças já consideradas erradicadas voltam de forma epidêmica; quadro ainda mais agravado pelo congelamento dos gastos sociais, aprovado em 2016, por 20 anos.
A crise política, manifestada no impeachment de Dilma não se fechou e, ao contrário, se acentuou no governo Temer, contaminando todas as instituições da democracia burguesa. Nas últimas décadas dos governos petistas, a burguesia nacional e o imperialismo conseguiram explorar a relação com o Estado até o esgotamento de suas possibilidades, através de concessões e apoios financeiros a fim de negociar em melhores termos o direito à exploração de seus próprios operários e os recursos existentes no país. Com o aprofundamento da crise econômica mundial e o esgotamento dos recursos públicos, a burguesia monopolista se utiliza do aparato estatal para impor maiores ataques à classe trabalhadora e desse modo, garantir a manutenção de suas taxas de lucro.Ou seja, não é possível desconsiderar, na luta por melhores condições materiais de existência dos trabalhadores, as relações interestatais no capitalismo, o papel do imperialismo e suas relações com os Estados semicoloniais.
Pelo contrário, as direções, totalmente adaptadas ao estado burguês, não têm respondido com a organização da classe trabalhadora;utilizam-se de paralisações de um dia, pressão parlamentar e palavras de ordem que não rompem com a democracia burguesa, ao contrário, demandam maior democracia ou sua “moralização”. Diante da atual conjuntura, as direções do movimento operário têm como política exclusiva a reforma do sistema capitalista via processo eleitoral.
Direcionar a classe trabalhadora para saídas eleitorais é condená-la, de forma traiçoeira e irresponsável, à derrota diante das políticas imperialistas deataques (como a reforma da previdência, privatizações, etc.) que estarão na pauta de qualquer governo que se forme no próximo período. E, independente do princípio político mais progressista ou reacionário, o governo de plantão utilizará de todos os métodos de repressão aos trabalhadores para aplicar tais políticas. Os trabalhadores, por sua vez, demonstram disposição de luta e, ainda que mantidos isolados pelas direções, já arrancaram pequenas vitórias ao barrar alguns ataques, como setores do funcionalismo diante de reformas previdenciárias (como os municipais de SP).
Dessa forma, o papel assumido pelas direções dos movimentos de trabalhadores é cada vez mais um entrave à resistência organizada contra as políticas de austeridade e aumento da exploração. A política para os trabalhadores não pode ser definida pelas eleições, mas pela necessidade de construção do partido revolucionário que organize a classe trabalhadora para resistir aos ataques imperialistas que estarão na agenda de qualquer governo eleito, esteja sob uma máscara mais democrática ou ditatorial.
A luta contra o centrismo no interior das organizações dos trabalhadores e a denúncia dos partidos reformistas e centristas é a luta pela própria organização independente da classe trabalhadora. Defendemos o VOTO NULO! Defendemos a GREVE GERAL como método de luta pela derrubada dos ataques impostos. Defendemos a INDEPENDÊNCIA DE CLASSE como princípio de organização dos trabalhadores e pela construção de um PARTIDO REVOLUCIONÁRIO. Nesse sentido, a recuperação dos sindicatos da burocracia, com independência total de classe é tarefa primordial da organização da vanguarda. A organização dos trabalhadores na perspectiva da democracia sindical, passando por cima das direções traidoras, é essencial para transformar os sindicatos e a greve geral em ferramentas do proletariado revolucionário, pela construção de um Partido Operário Revolucionário que opere as tarefas e o conduza à vitória, destruindo o estado capitalista e impondo sua própria ditadura de classe. A SAÍDA PARA A CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA BRASILEIRAS NÃO OCORRERÁ DENTRO DA DEMOCRACIA BURGUESA, MUITO MENOS NOS LIMITES NACIONAIS.
10/08/2018
Let´s receive the G20 Summit with a great anti-imperialist struggle
November 30 and December 1 the city of Buenos Aires will be the seat of the G20 presidents’ summit. The G20 was designed as a forum where the imperialist Powers (USA, Japan, Germany, France, UK, Italy) and the leaders of the former workers’ States (China and Russia) could negotiate economic policies before the crisis of the postwar institutions. After the burst of the world crisis in 2008, it gained more relevance by incorporating the chiefs of state of the 19 member countries plus the European Union (EU) in an attempt to coordinate rescue policies for the rotting capitalist system; such was the case of the policies of monetary quantitative easing and low interest rates launched by the Central Banks of Japan, the EU, the American FED, along with an all along the line attack against the working class and its organizations, worldwide.
Since Trump’s arrival at the American imperialist command, the economic policy of coordination of the imperialist Powers is put under question; while the trade war gets more intense as well as the aggressive policy towards semi colonial countries, like the case of Latin American countries. So, it is expected that Trump and his counterparts in the other imperialist countries use the forum as a platform for their disputes, while the USA disciplines its backyard (Mexico, Brazil, Argentina), with the aid of the IMF. Thus they go ahead with the agenda of reforms against the proletariat, including labor, pensions, education and health reforms all over the globe.
In Argentina, the Buenos Aires Summit will be a rehersal for the government and imperialism to impose the adjustment with repression and iron-hand, diagramming a virtual curfew in the city. This is part of the repressive escalation, that includes the militarization of the Northern border and the deployment of gendarmerie to the slum areas of big cities. A policy that is also being applied in Brazil, with the military command of security in Rio de Janeiro and the militarization of favelas.
The union bureaucracies in our region are overlooking the imperialist offensive, by playing themselves the role of contention, such as the Argentinean CGT, or undergoing a deep crisis due to their historical line of class conciliation, such as the case of the Brazilian CUT, the CUT of Chile and the CTAs in Argentina.
The leaders of the G20 deserve that the working class receives them fighting with the workers’ methods against their attempts to make us pay for their crisis. The working class must lead a great anti-imperialist struggle, in its revolutionary confrontation to capitalism. We must paralyze the imperialist enterprises, to make target in production and prepare self-defense to confront Trump and the regional governments that support his policy. Let’s organize caucus gatherings in workplaces and impose the union bureaucracy shop-stewards congresses with mandate, so that the workers take in our own hands the task of providing a way-out to the crisis, by leading the other oppressed sectors of the people. The students’ movement in the different countries has the task to support the workers’ actions with their energy, acting as a supporting battalion, by organizing assemblies in their study places and actions in the streets.
To definitively expell imperialism from Latin America, we must struggle for the workers’ control in each industry, overcoming national borders, and for the expropriation of imperialist capital, developing thus the struggle for power, that means, for the dictatorship of the proletariat and its international extension in a Federation of Socialist Republics of Latin America. It is mandatory to win over the solidarity of the proletariat in the imperialist countries in this perspective, mainly the American proletariat in the North.
For this, it becomes necessary an international leadership, a world party based on the Transitional Program and the Theory of Permanent Revolution. We advance the proposal to the political currents that vindicate the need of the reconstruction of the IV International and the struggle for the proletarian dictatorship that we encourage the necessary measures to build up and unify the international workers’ vanguard around a revolutionary program. To do so, we call for a Latin American Conference, to begin, initially in our region, with the task of aiding the vanguard in its hard process of forging a revolutionary leadership.
11/24/2018
About us
The Tendency for the Reconstruction of the Fourth International is an internationalist grouping result of the merger of the Liga Operária Internacionalista (Brazil), the Corriente Obrera Revolucionaria (Chile) and the Corriente Obrera Revolucionaria (Argentina), in the year 2016. This merger was made after a period of discussion and common praxis by the three organizations. We have the goal to make a contribution in the need to establish the theoretical-political premises for the rise of a new generation of revolutionary Marxists, that overcome the postwar Trotskyite centrism and rebuilds the Fourth International.
The TRFI held its first Congress on November 17th and 18th, 2018, in Buenos Aires, where there were voted the thesis, resolutions, operating method and leadership. It took place in the middle of political and mass processes that are currently going on in the different countries, as a result of the capitalist crisis that has cracked the bourgeois structures marked by imperialist decomposition. More than ever it is mandatory that the Trotskyites establish and debate the guidelines for an action, a theory and a program for the struggle for the world proletarian leadership, that is the Fourth International.